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Poéticas do Desejo:

Homoerotismo, Intimidade e Resistência

Minha prática artística se estabelece no cruzamento entre visualidade, homoerotismo e crítica às normatividades do corpo masculino. Através de técnicas diversas — pintura acrílica, aquarela, desenho, colagem, arte digital e fotoperformance — desenvolvo uma poética voltada às intimidades entre homens, aos afetos desviantes e à politização do desejo como linguagem estética.

Inspirado por um pensamento queer interseccional, meu trabalho tensiona os regimes de visibilidade que historicamente silenciaram ou estigmatizaram a homoafetividade. Ao trazer para o centro da imagem aquilo que foi relegado à margem — o afeto entre homens, a vulnerabilidade masculina, o erotismo dissidente — minha produção se alinha ao que Paul B. Preciado define como “micro-revoluções somáticas”: gestos artísticos que reinscrevem o corpo como lugar de invenção e insubmissão.

A figuração dos corpos masculinos em minha obra se distancia dos ideais heteronormativos de virilidade para explorar um erotismo que é também afeto, fragilidade e invenção sensível. A intimidade entre sujeitos, seus gestos cotidianos e seus desejos silenciosos são tratados como formas de resistência simbólica e estética. Como propõe Judith Butler, o corpo não é apenas um dado biológico, mas um campo performativo onde as normas são constantemente repetidas e, portanto, passíveis de subversão.

Do ponto de vista metodológico, minha produção incorpora estratégias de fabulação (Haraway), montagem e citação, criando cenas que evocam não apenas a vivência pessoal, mas também uma memória coletiva de corpos desviantes e amores não normativos. Nesse sentido, dialogo com propostas como as de Denilson Lopes, ao pensar a homoeroticidade como “uma estética da delicadeza e da desobediência”, que interpela o espectador pela força do sensível.

Ao me inserir no campo expandido da arte queer contemporânea, assumo que o desejo, a intimidade e o erotismo são formas de conhecimento. E como afirma Richard Miskolci, a visibilidade dissidente pode constituir-se enquanto uma “estratégia de subjetivação”, um modo de tornar-se visível politicamente em um mundo que ainda insiste em apagar existências que não se enquadram no padrão.

Exposições coletivas

2017
Arte Generada - Escola de Arquitetura da UFMG - Belo Horizonte, Brasil

2023

GOSTOSO - Léo Bahia Arte Contemporânea - Vitória, Brasil

Cultivando Incertezas - Escola Guignard - Belo Horizonte, Brasil

Nuvens: ranhuras e trilhas das nossas histórias - Fundação Clóvis Salgado - Belo Horizonte, Brasil

Queereres - 2ª edição - Paradoxo Casa Atelier - Rio de Janeiro, Brasil

ARS Sexualis - Em Excesso Necessário - Cabaré da Jacke - Rio de Janeiro, Brasil

2024

Ménage - Vórtice Cultural - São Paulo, Brasil

Salão de Arte Contemporânea - GALLERYSPT - Marinha Grande, Portugal

3º Festival Vórtice - Vórtice Cultural - São Paulo, Brasil

Falo (de) Erotismo - Coletivo CUSCUZ - Vórtice Cultural, naUaipi, Mix Brasil e deCurators - São Paulo / Brasília, Brasil

woman wearing yellow long-sleeved dress under white clouds and blue sky during daytime

em construção

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Suyan de Mattos

"A recorrência do corpo masculino nu aponta para uma política visual do toque, do afeto e do sexo como linguagem."

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